Autor:
Áfricas: Mobilidade, Violência, Memória e Criatividade
Edições Húmus
Palavras-chave:
África, Geopolítica, Potências, Influência.
Abstract
Poderá parecer inusitado começar por falar de África com referências a países terceiros e não aos africanos. Mas quando se analisa o continente numa perspetiva geopolítica, em que se evidenciam as relações de poder entre os atores intervenientes, as grandes potências emergem como protagonistas de primeiro plano. Antes foi o período colonial, marcado pela divisão arbitrária dos territórios, por parte das potências europeias, durante a conferência de Berlim (1885), a que se seguiu, após a II Guerra Mundial, o nascimento das Nações Unidas e um processo de descolonização que se concluiu com a retirada de Portugal, em 1975. Um desses novos Estados, Angola, é um bom exemplo dos confrontos da Guerra Fria, com os beligerantes, apoiados por cada um dos blocos, a patrocinarem uma guerra civil entre 1975 e 2002. Com a queda do Muro de Berlim desaparece o conflito Este-Oeste e emergem outros conflitos regionais em África, ditados por rivalidades étnicas, escassez de bens de primeira necessidade e migrações descontroladas, envolvendo governos acusados de corrupção e de práticas ilícitas, incluindo genocídio (Ruanda).